Ter um gato pela primeira vez: dificuldades comuns e como superá-las

Vai ter um gato pela primeira vez? Veja os principais desafios enfrentados por quem não tem experiência com felinos e aprenda como garantir uma convivência harmoniosa e saudável com seu novo pet.

7/22/20255 min read

Adotar ou comprar um gato pode ser o início de uma convivência maravilhosa. Esses animais são carinhosos, inteligentes e independentes — mas isso não significa que cuidar de um gato seja simples, principalmente para quem nunca teve um antes.

Neste artigo, vamos abordar as principais dificuldades que tutores de primeira viagem enfrentam ao ter um gato em casa, e o que você pode fazer para evitar problemas e construir uma relação harmoniosa com o novo amigo felino.

Expectativas/realidade: gatos não são mini cães

Uma das primeiras barreiras de quem nunca teve gato é comparar o comportamento felino ao de um cachorro. Gatos têm uma personalidade própria, e não é porque são independentes que não precisam de atenção, carinho e cuidados.

O que esperar:

Gatos gostam de rotina e odeiam mudanças bruscas;
São seletivos no carinho (e podem demonstrar afeto de formas diferentes);
Precisam de enriquecimento ambiental e estímulos — mesmo em espaços pequenos.

Adaptação ao novo lar

Para quem nunca conviveu com gatos, o processo de adaptação pode ser estressante. O gato pode se esconder, miar à noite, se recusar a comer ou evitar contato.

Como facilitar:

Separe um cômodo tranquilo para os primeiros dias, com caminha, caixa de areia, comida e água;
Respeite o tempo do gato: não force contato;
Deixe que ele explore o espaço no ritmo dele;
Use feromônios sintéticos (como Feliway) para ajudar na ambientação.

Uso da caixa de areia: pode ser mais complexo do que parece

Embora a maioria dos gatos aprenda naturalmente a usar a caixa de areia, erros na localização, limpeza ou tipo de substrato podem causar acidentes pela casa.

Dicas práticas:

A caixa deve estar em local calmo e acessível, longe da comida;
Use uma areia que o gato aceite bem (sem perfume forte, de preferência);
Limpe diariamente a caixa e troque toda a areia com frequência;
Se houver mais de um gato, o ideal é uma caixa por gato + 1 extra.

Arranhões em móveis e estofados

Arranhar é um comportamento natural e saudável para os gatos — serve para marcar território, afiar as garras e aliviar o estresse. Mas quem nunca teve gato pode se assustar ao ver o sofá novo sendo destruído.

Solução:

Ofereça arranhadores variados (em altura, posição e textura);
Posicione-os perto de onde o gato costuma arranhar;
Use sprays de catnip para atrair o gato;
Proteja os móveis temporariamente com mantas ou fitas repelentes.

Falta de enriquecimento ambiental

Gatos que vivem exclusivamente dentro de casa precisam de estímulos físicos e mentais para se manterem saudáveis e felizes. O tédio pode levar a comportamentos destrutivos, ganho de peso e até depressão felina.

O que oferecer:

Brinquedos interativos, túneis, varinhas com penas;
Prateleiras e nichos elevados (os gatos adoram observar do alto);
Caixas de papelão (simples e eficazes);
Sessões diárias de brincadeira ativa com o tutor (mesmo que rápidas).

Alimentação e hidratação inadequadas

Muitos tutores iniciantes não sabem que gatos não bebem muita água por instinto — o que aumenta o risco de problemas urinários e renais. Além disso, alguns oferecem comida humana ou dietas desequilibradas.

Recomendações:

Invista em ração de qualidade, específica para a idade e condição do gato;
Ofereça ração úmida com frequência para aumentar a ingestão de água;
Considere usar fontes de água (os gatos gostam de água corrente);
Nunca ofereça alimentos tóxicos como cebola, alho, chocolate ou leite.

Pouco cuidado com a saúde preventiva

Muitos tutores de primeira viagem só levam o gato ao veterinário quando algo está errado. Mas a prevenção é fundamental para garantir longevidade e bem-estar.

Cuidados essenciais:

Vacinação anual (V3/V4 e antirrábica);
Vermifugação e controle de pulgas e carrapatos;
Castração (previne doenças e comportamentos indesejados);
Check-ups regulares, mesmo que o gato pareça saudável.

Entender a linguagem corporal felina

Quem está acostumado com cães pode interpretar errado os sinais dos gatos. Um gato que abana o rabo, por exemplo, geralmente está irritado — não feliz, como no caso dos cães.

Aprenda os sinais:

Ronronar = geralmente prazer, mas também pode indicar dor;
Orelhas para trás = desconforto ou medo;
Miados = tentativas de comunicação (cada gato tem um “vocabulário”);
Mostrar a barriga = confiança, mas nem sempre é um convite ao carinho!

Viagens e mudanças de ambiente

Diferente de cães, gatos não lidam bem com mudanças. Uma simples viagem pode deixá-los estressados, e a troca de casa exige cuidado redobrado.

Como agir:

Ao viajar, considere um pet sitter ou hospedagem especializada;
Em mudanças, mantenha o gato num espaço seguro e tranquilo;
Apresente o novo ambiente aos poucos, sempre com objetos familiares.

Construir vínculo leva tempo (mas vale a pena!)

Muitos tutores esperam que o gato seja carinhoso e interativo logo nos primeiros dias. Mas a maioria dos gatos leva tempo para confiar.

O segredo:

Respeite o tempo e o espaço do animal;
Crie uma rotina estável e previsível;
Associe sua presença a momentos positivos (brincadeira, petisco, carinho);
Com o tempo, ele pode se tornar o melhor companheiro que você poderia ter.

Ter um gato exige aprendizado, mas é recompensador

Ter um gato pela primeira vez pode ser desafiador — mas também é uma experiência transformadora. Os obstáculos iniciais fazem parte da adaptação, tanto para o tutor quanto para o felino.

Com paciência, informação e carinho, você logo estará falando “gatês” fluentemente e vivendo uma relação profunda e afetuosa com seu novo amigo de quatro patas.